quinta-feira, 19 de junho de 2008

Curtas elucubrações

"A onda da noite atropela o dia.
E na escuridão tudo se embola.
O padeiro ainda faz pães para o café da manhã.
O restaurante serve jantar, almoço e café. Da manhã ou do hábito.
Sabe Deus onde anda a manhã de cada um.
A noite dá à luz a manhã.
A primeira fumaça do dia atinge de raspão.
E quanta mais há por aí? Que medo...
Atraso?
O mundo às vezes conspira... Não se sabe a favor de quem.
Gente, gente. Rua, fumaça, barulho, carro. Gente, gente. Mendigo, doença, lixo, ônibus. Gente. Árvores, postes e gente. Prédios, prédios, gente e... eu."

>Noite de autógrafos na TV.
O trecho acima é citado.
_Você acha que algumas pessoas podem tomar esses versos como ofensas?
_Eu acho que é ponto de vista. Eu não sou retrato. O que eu quero ser é idéia
Uma apenas. Se ela já existe, paciência. Sou corriqueira mesmo.
Mas ando tão egocêntrica que queria gravar tudo que penso.
Isso deve ser a efervescência da meia-idade.

>Coluna social.
"Uma nova quem?"
_Não estou processando direito, só sei que não sei de nada. Não poderia dizer se as críticas foram mais dolorosas que os elogios.
Autora reclama em lançamento de livro em São Paulo.

Opa, São Paulo é aqui.
E eu estou aqui.
Sozinha em casa, pensando.
Nossa, e como o pensamento é poderoso.
Ainda mais que anda se achando digital. Atualiza a qualidade da imagem, os cenários, e viaja.
Pensando bem, ser humano é bom.
Conformismo?
Hoje li uma coisa que pode parecer óbvia para quem é da moda:
"A roupa tem que despertar o desejo das pessoas".
Digamos que desejo não é aí uma vontadezinha de comprar a roupa. É desejo mesmo, como o de beijar uma pessoa que você sabe que nunca mais verá, mas de quem quer poder levar alguma coisa, pra não se sentir tão incompleta por culpa dela. Culpa dela não. Mas pode ser.
Você tem que querer comprar porque te parece algo irresistível, como se vestir aquilo te mandasse para a cena de um clássico, linda, e você mesma iria se olhar e dizer: "Se eu não fosse você, faria tudo o que você quisesse, porque você é adorável!"
É claro que é exagero, mas é que algumas pessoas me vêem bem assim. Só que sem comprar roupa nenhuma. Eu não sei se fico feliz.
É narcisismo. Deve ser.
A minha fantasia é mesmo muito otimista. Eu sou minha palhaça particular. Me experimento, invento e atuo pra minha avaliação. Sou minha própria platéia, que me encoraja com aplausos e me obriga a continuar...
Assim o pensamento voa e, pra variar, pensando bem, acho que quero ser alguma coisa.

Um comentário:

Adriana disse...

Não há melhor partido que vc rsrs!!!!