sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

diário

São milhares de pedaços perdidos
Peças partidas de um quebra-cabeça encardido

Frases paridas em tempos de nenhum pudor
Em dias de dúvidas e muito sol

São milhares de encontros
De enganos e ilusões
São dívidas esquecidas
Segredos apagados pelos anos

Encontro-o num criado mudo
Com cor e cheiro de esperança
Vermelho como a revolução
Repleto de sonhos de amor

Em uma enorme bolha de idéias
Passam pessoas em ruas tranquilas
Festas barulhentas
Inconsciência

Dinheiro regrado e saúde abalada
Descompromisso e credulidade
Semanas de sábado eterno
Solidão de velhos

nenhuma logística para o sofrer

Rio de mim mesma
Quero chorar
Correr até lá para dizer adeus a todos
E me trazer de volta
Zerar os ânimos
Começar tudo outra vez

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Torrinha


Ilusionismo de Carnaval. Lembro bem do que senti naquela noite, que repetia outra de tantos anos, quando, pequena, me enroscava em serpentinas. Entre uma coisa e outra, o TEMPO pareceu suspenso, dando trégua aos foliões mascarados, que se entregavam, extasiados, ao desfile dos blocos com seus bonecões gigantes. Mas, no dia seguinte, quando acordei, de ressaca, com a idade de hoje, encontrei a cidade de sempre, ostentando, orgulhosa, o passar do TEMPO em casas de tintas descascadas.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Insônia

Quando o silêncio do sono alheio reverbera meus pensamentos, vixe, eu me deparo com a VIDA, assim mesmo, em caixa alta, pavorosa. Tão nítida, tão evidente e eu ali, salva da queda por um fio dental. Medo, caralho, q medo!