sábado, 26 de junho de 2010

Indigestão

Triste, com medo, azia. Distantes. Ele se esforça, até me busca na rodoviária quando faz frio, mas, sei: pegou bode. Na volta pra casa, eu, mascando chiclete; nós atordoados com o vento gelado de fora; ele, de vidro escancarado para não escutar o barulho. “Qual barulho?” “Seu, de chicletes!” “Hã?” Murchei. Ele também. Me deu um selinho, seco; fui dormir, ele ficou. O sono não veio. Veio angústia, quase dor. Quando se deitou, me enrolei nele, mas já dormia, fingia. Acordou com nova senha de e-mail, atendendo aos meus pedidos que nunca desejei realizados. Ligo, ele me atende; nós... distantes. Semana passada, quis, eu quis mudar de prato, de casa, de vida. Nesta, esperava fartar-me de feijão com arroz. Tarde? Ele se vai tarde?

Placebo

Uma hora a gente tem coragem, rompe a zona de conforto, e acaba se encontrando. Só acreditando nisso para superar, mesmo que momentaneamente, o pânico de não saber para onde ir.