tag:blogger.com,1999:blog-33004598598925481212024-03-05T20:41:32.559-08:00leite com caféQuentinho - numa manhã de sábado ensolarada - numa tarde de férias - pés descalços - bolo de fubá - cheiro de roça - e o que mais trouxer aconchego e tranquilidadeCláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-9322181367280671122018-05-23T20:07:00.000-07:002018-05-23T20:07:55.223-07:00E então - como o mar dourado, também ficou para trás<br />
E o vento que impelia seus sonhos, sem fé, parou de soprar<br />
Derreteu-se o som das gaivotas<br />
E até o sol se apartou daquelas águas serenas, comportadas como a solidão de velhos<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiPYN4fUtsaVoJaEwI6MIR26RLI0Bm1NuaDNNKLvu8O-MjnWED7qrXcWjs5nCCcVCo8BPtQ-3kbQ8Rfn46vbNvvsMH5KirGBSGTHN44evhkwkGzS1w9PQ7MLihgi-CRb_e2hcuYdB1F3s_/s1600/DSC_4059.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiPYN4fUtsaVoJaEwI6MIR26RLI0Bm1NuaDNNKLvu8O-MjnWED7qrXcWjs5nCCcVCo8BPtQ-3kbQ8Rfn46vbNvvsMH5KirGBSGTHN44evhkwkGzS1w9PQ7MLihgi-CRb_e2hcuYdB1F3s_/s400/DSC_4059.JPG" width="400" /></a></div>
<br />Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-84817876100910966202011-02-23T18:36:00.000-08:002011-02-23T18:47:17.559-08:00Experiência profissonal: VidaQuais são seus planos?<br />Vamos começar por ser feliz.<br />Ser feliz é uma qualidade? Ou um ponto do caminho que conseguimos alcançar?<br />Filosofia à parte, ser feliz é estado, não valor.<br />Temos problemas e somos felizes, temos soluções. <br />Somos saudáveis, temos disposição.<br />Estamos vivos, temos vontade.<br />Temos razão para sermos felizes, esperança.<br />Um rabisco de criança, um talento, um dom, expectativa.<br />Felicidade.<br />Conhecimento.<br />Alvo.<br />Só uma vida.<br />Ponto.Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-53892159990213844392010-08-19T17:19:00.001-07:002010-08-19T17:19:19.134-07:00Quando não havia o medo<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse; ">No Trem da Morte, que ia de Santa Cruz de La Sierra a Porto Quijarro,<br />ninguém esperava que o último dia de um roteiro de 20 dias por Bolívia, Chile, Peru<br />seria esticado por novos lugares, pessoas e risadas; até um senhor entrar no<br />vagão e anunciar com um "portunhol": "A partir daqui, o trilho está<br />inundado pelas águas do pantanal boliviano". Faltavam menos de 30 km<br />para chegarmos ao nosso destino!<br />Sem opção, ficamos naquela estação, onde o único sinal de civilização<br />era uma tenda. Lá, espantamos o calor úmido com cervejas geladas (sim, GELADAS), enquanto<br />observávamos outros passageiros espremerem-se em transportes improvisados para<br />atravessar os três lagos formados pelas chuvas. Até a<br />lua despontar, pensávamos que eles eram loucos. Depois, quando a noite<br />chegou e os anunciados ônibus não, notamos o engano: loucos éramos nós!<br />O jeito foi nos juntar aos que tinham ficado e caminhar para uma estrada de terra, mortos de fome, delirando por um<br />transporte, qualquer que fosse. De repente, um alvoroço: um caminhão! Com um pouco de conversa e bolivianos (moeda local), abriram a carroceria<br />para a cambada abandonada subir. Foi um empurra-empurra de gente e malas<br />arremessadas até todos se acomodarem em pé. Para comemorar, o pisco -<br />recordação da viagem - virou brinde. E, sob uma lua cheia,<br />atravessamos os pontos alagados, com um sorriso grudado no rosto de terra.</span>Adrianahttp://www.blogger.com/profile/06649966597010144331noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-15560860202417762352010-06-26T05:48:00.000-07:002010-06-26T05:49:58.067-07:00Indigestão<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse; ">Triste, com medo, azia. Distantes. Ele se esforça, até me busca na rodoviária quando faz frio, mas, sei: pegou bode. Na volta pra casa, eu, mascando chiclete; nós atordoados com o vento gelado de fora; ele, de vidro escancarado para não escutar o barulho. “Qual barulho?” “Seu, de chicletes!” “Hã?” Murchei. Ele também. Me deu um selinho, seco; fui dormir, ele ficou. O sono não veio. Veio angústia, quase dor. Quando se deitou, me enrolei nele, mas já dormia, fingia. Acordou com nova senha de e-mail, atendendo aos meus pedidos que nunca desejei realizados. Ligo, ele me atende; nós... distantes. Semana passada, quis, eu quis mudar de prato, de casa, de vida. Nesta, esperava fartar-me de feijão com arroz. Tarde? Ele se vai tarde?</span>Adrianahttp://www.blogger.com/profile/06649966597010144331noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-57183080371447262602010-06-26T05:46:00.000-07:002010-06-26T05:47:47.908-07:00Placebo<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial; font-size: small; border-collapse: collapse; "><p style="margin-bottom: 0cm; ">Uma hora a gente tem coragem, rompe a zona de conforto, e acaba se encontrando. Só acreditando nisso para superar, mesmo que momentaneamente, o pânico de não saber para onde ir.</p></span>Adrianahttp://www.blogger.com/profile/06649966597010144331noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-85603793612370108762010-04-29T20:07:00.001-07:002010-04-29T20:07:33.969-07:00!Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-25816155722299438082010-03-26T08:36:00.001-07:002010-05-10T06:48:31.414-07:00Crônica clichêSemana do cão, dia humilhante. Escutando merda o dia inteiro, recebendo setas envenenadas, envenenando-me de inveja. Na volta, a chuva, o trânsito. Não liguei, juro! Pelo menos não na primeira hora, enquanto permanecíamos – eu, motorista e fotógrafo - estáticos dentro da van, assistindo a um concerto de buzinas. Tapei os ouvidos com Karnac e assim passei as demais duas horas - e 13 km, acreditem! - que nos separavam do destino. Cheguei com a bexiga estourando. Um pouco mais e descia ali mesmo para um exibicionismo escatológico. Tudo bem. <em>Respire pelo nariz, Adriana, conte até três e solte o ar pela boca. </em>Ufa! Veja pelo lado bom: pelo menos, não apresentava os sinais típicos de um paulistano estressado, como a dor de cabeça, o enjoo e, principalmente, a chatice que acometiam meu colega de trabalho desde o dia anterior. Eu, pelo contrário, levava adiante a meta de me tornar uma pessoa ponderada, o que, resumidamente, significava engolir sapos sem perder a pose. Segui comportando-me como uma lady, enquanto, por dentro, dinamites explodiam. Mas, só por dentro. Com o semblante de calma - muito invejado numa situação destas -, encarei o metrô. Decisão estúpida, ok. Na estação amarrotada, a luz branca deixava ainda mais evidente a nossa condição de cagados. Foram uns 20 minutos sacando tudo quanto era gente até chegar a minha vez de me espremer naquele troço. <em>Vai tomar no cu, seu Kassab! Que ódio deste fdp! Fica lá, gastando meu dinheiro com a Marginal, à toa. É rio, entende? Escoa, transborda e logo logo vai engolir suas obras, amém! Mas você deve passar imune às enchentes, enquanto penteia o topete no banco de passageiro do seu Tucson. Sim, porque é dever de todo cidadão médio-classista ter um Tucson. </em>Uns segundos e o estouro repentino foi asfixiado pelo sovaco de um tio que insistia em contradizer a lei da física: dois corpos NÃO ocupam o mesmo espaço, no mesmo tempo. <em>Vamos contar: um... dois... Contar é o caralho! Chega!</em> Foi a gota d'água. Abri o berreiro ali mesmo, dei de louca, bufei toda a pimenta. Uma recaída. Humpt! <em>Respire pelo nariz, conte até três e solte o ar pela boca.</em> Nada de desistir. Se não chover, amanhã consigo ser finaAdrianahttp://www.blogger.com/profile/06649966597010144331noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-28783234733755725892010-02-26T07:30:00.000-08:002010-02-26T08:01:46.742-08:00diárioSão milhares de pedaços perdidos<br />Peças partidas de um quebra-cabeça encardido<br /><br />Frases paridas em tempos de nenhum pudor<br />Em dias de dúvidas e muito sol<br /><br />São milhares de encontros<br />De enganos e ilusões<br />São dívidas esquecidas<br />Segredos apagados pelos anos <br /><br />Encontro-o num criado mudo<br />Com cor e cheiro de esperança<br />Vermelho como a revolução<br />Repleto de sonhos de amor<br /><br />Em uma enorme bolha de idéias<br />Passam pessoas em ruas tranquilas<br />Festas barulhentas<br />Inconsciência<br /><br />Dinheiro regrado e saúde abalada<br />Descompromisso e credulidade<br />Semanas de sábado eterno<br />Solidão de velhos<br /><br />nenhuma logística para o sofrer<br /><br />Rio de mim mesma<br />Quero chorar<br />Correr até lá para dizer adeus a todos<br />E me trazer de volta<br />Zerar os ânimos<br />Começar tudo outra vezCláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-20198568252286999022010-02-25T06:40:00.001-08:002010-05-10T06:48:51.547-07:00Torrinha<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwk5s2_YzInWQHdQZNMfoefhUlKceOSSF2nLKI8-rocaNUR783gwI1viovR147l43PkB7Wah5XVio3BVkau4Fp4vsUcJiwfRtADu0n_NYTaVgmH63mPwgkQuJSuGbCTg6oTr-AvGBlcg9w/s1600/_MG_2749+copya.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 213px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457457368535277666" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwk5s2_YzInWQHdQZNMfoefhUlKceOSSF2nLKI8-rocaNUR783gwI1viovR147l43PkB7Wah5XVio3BVkau4Fp4vsUcJiwfRtADu0n_NYTaVgmH63mPwgkQuJSuGbCTg6oTr-AvGBlcg9w/s320/_MG_2749+copya.jpg" /></a><br /><div>Ilusionismo de Carnaval. Lembro bem do que senti naquela noite, que repetia outra de tantos anos, quando, pequena, me enroscava em serpentinas. Entre uma coisa e outra, o TEMPO pareceu suspenso, dando trégua aos foliões mascarados, que se entregavam, extasiados, ao desfile dos blocos com seus bonecões gigantes. Mas, no dia seguinte, quando acordei, de ressaca, com a idade de hoje, encontrei a cidade de sempre, ostentando, orgulhosa, o passar do TEMPO em casas de tintas descascadas.</div>Adrianahttp://www.blogger.com/profile/06649966597010144331noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-58359413550301643192010-02-24T12:38:00.000-08:002010-02-24T12:40:06.401-08:00InsôniaQuando o silêncio do sono alheio reverbera meus pensamentos, vixe, eu me deparo com a VIDA, assim mesmo, em caixa alta, pavorosa. Tão nítida, tão evidente e eu ali, salva da queda por um fio dental. Medo, caralho, q medo!Adrianahttp://www.blogger.com/profile/06649966597010144331noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-78721767376483989362009-11-09T05:05:00.000-08:002009-11-09T05:06:21.849-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghYVn2C8xxl7PNjvmvRQP2K85GiVFHqFQ9t5bJYUqF0PL36M_HyfjNtxyO9WO0cpyrxotnUpN_2EzHp0uskTv3jAk7mNRMo4ESz-oj6Jh1sKOuUc1rS6Y8TwVm9uxIW8Mj-Ku5HNFjmwtu/s1600-h/DSC04749+(Large).JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghYVn2C8xxl7PNjvmvRQP2K85GiVFHqFQ9t5bJYUqF0PL36M_HyfjNtxyO9WO0cpyrxotnUpN_2EzHp0uskTv3jAk7mNRMo4ESz-oj6Jh1sKOuUc1rS6Y8TwVm9uxIW8Mj-Ku5HNFjmwtu/s400/DSC04749+(Large).JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402089503396430706" /></a>Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-76422491682208581192009-10-14T12:41:00.000-07:002009-10-17T17:37:51.763-07:00Agora a pazSentada numa ponta de praia em algum lugar da América do Sul observo o mar como se já não o visse<br />Tanta calmaria com cores tão vivas não deve existir além dos olhos ou da memória<br />Não há como crer que estou ali, corpo presente, alma também<br />Só há que se pensar que um dia não estarei mais<br />Em algum tempo tudo será um retrato, uma lembrança, uma história que se desgasta ao ser contada <br />Em qualquer tempo ainda será possível fechar os olhos e me imaginar ali<br />Mas estar, ao vivo, com todos os sentidos tocados por aquele momento, só nele mesmo<br />E que agora enquanto escrevo já passou<br /><br />Sentada na ponta daquela praia me apeguei ao presente<br />Como viver o presente ao contemplar tudo aquilo?<br />Como não se prostrar a sugar tudo apenas, mas também estar ali só por estar?<br />Como em qualquer banho, almoço, caminhada, choro<br />Como em qualquer dia, estava eu ali, dessa vez naquela ponta de praia em que as cores são mais vivas e o sol nos encara direto<br />Pensei que só naquele momento a areia roçava os pés do menino que corria pela praia<br />Que só então aquele vento agitava os coqueiros, e só aquela onda era ela e capaz de brilhar ao sol com aquele desenho<br />Pensei que talvez fosse um sopro de Deus o frescor que me batia no rosto, mesmo debaixo de todo aquele sol, de que eu sentia o calor que devia tomar a cada pele com uma intensidade, só ali, só naquele agora<br />A menina cambaleia na areia despreocupada e ri de si <br />O cachorro se sacode espalhando gotas que voam pelo ar, só enquanto podem<br />A bola se choca contra a raquete e o sol se move devagar<br /><br />o mar se divide em dois azuis<br />E meus olhos vêem tudo, tudoCláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-76651958939030652052009-07-17T22:12:00.000-07:002009-07-17T22:23:14.599-07:00E ae?Eta vida besta, meu Deus!<br />Sou nada e já sou cheia de vontades...<br />Sou anônima e adoraria ver meu nome estampado em publicações...<br />Me espalho em cantigas de roda e me encolho em festas privê.<br />Não sou nada, sou só eu.<br />Viajante e persistente.<br />Chata, a mais insuportável ou a mais legal.<br />Os comentários são fugidios e a vida também.<br />Como é que a gente faz?<br />Faz de conta que não é nada disso e vai vivendo.<br />Na pior das hipóteses é só um mal entendido.Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-42776040228640616202009-03-20T22:17:00.000-07:002009-03-20T22:23:58.205-07:00De noite<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CCliente%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><o:smarttagtype namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" name="PersonName"></o:smarttagtype><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">Os minutos somam-se alucinantemente, logo será hora de por fim ao dia. Meu relógio é a televisão. Quando chego há o Jornal Nacional. Começa a novela das oito e a noite já parece mais madura. O fim da novela é uma definição: o que vai ser feito do tempo que resta? Um banho, uma comida, uma bebida, quase sempre há uma bebida. Como estará o ânimo? Será que chegamos à uma hora do próximo dia? Provavelmente à meia-noite o circo se desfará. </p> <p class="MsoNormal">Para cada dia há um plano: uma forma de driblar o tempo, ou de conquistá-lo em algum momento e dissipá-lo, ao menos por algum... tempo... É sempre ele, o temido e respeitado tempo. É ele que consulto para saber se devo dormir, acordar, comer, vestir, banhar-me, ler ou escrever. Escrever é só quando bate o desespero, ou a súplica por algo que possa fazer sozinha.</p> <p class="MsoNormal">A cobrança é inevitável: se tomo uma cerveja, a quinta ou sexta do dia, ainda bem disposta a continuar a fazê-lo, sinto-me suja, ao menos vagabunda demais para merecer uma cama e uma companhia decente. </p> <p class="MsoNormal">Quando me adéquo, chego em casa e parto para o banho, certa de que as coisas serão mais confortáveis no decorrer do que resta do dia, ou da já noite. Tento parecer melhor, bem cuidada, se não penteada e maquiada, ao menos limpa e decente, cheirosa e plausível de consideração. E aí ensaio meus agrados, vou para a cozinha e preparo minhas riquezas, previamente adquiridas, de caso pensado, que pretendem fazer da noite, ou do resto dela, algo mais do que o resto do dia de dois trabalhadores <st1:personname productid="em S ̄o Paulo. Amanh ̄" st="on"><st1:personname productid="em S ̄o Paulo." st="on">em São Paulo.</st1:personname> Amanhã</st1:personname> o dia será igual: acordar e seguir sonambulamente para o trabalho, esperar o tempo angariar a alforria e partir para o resto do dia, ou da noite, que é o que sobra para se viver, ou sobreviver.</p> <p class="MsoNormal">A cerveja amiga encarrega-se do descarrego. O cansaço sucumbe à falação sobre o dia passado à distância de trinta minutos a pé. O almoço só, a caminhada só, as mazelas da convivência no escritório pautam a conversa durante o descanso.</p> <p class="MsoNormal">Sinto necessidade de falar de algumas coisas que me encantam ou desencantam. Falo demais e ouço o que se pode ouvir. Os interesses e o foco podem ser os mesmos, ou não.</p> <p class="MsoNormal">Meu resto de dia, ou de noite, começa mais tarde. Minha vida começa mais tarde e abraço o que sobra, a disposição que sobra, a paciência que sobra. Sinto-me por vezes inadequada e desagradável. Sinto-me só. Quero canalizar meu desconsolo mas este acaba me convencendo de que devo seguir para o banho e para a cama, e que isso pode renovar minhas forças para mais um dia. De desejos, de dúvidas, de sono e desconforto, de vontades e desistências. Queria estar só. Só para me sentir abandonada e não irresponsável. Só para chorar de solidão e legitimar meus vícios. Só para não sentir que alguém me observa na decadência do ócio improdutivo, da vida comum que nunca quis ter, na falta de estímulo para fazer qualquer coisa, e de só ficar pensando, sem sequer registrar o que me parece interessante.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-8690857946297951132008-11-17T11:38:00.000-08:002008-11-17T12:52:59.165-08:00Almoço de domingo ou a história de um frango qualquer<span style="color:#99ffff;">Domingo bem cedo ela de volta da missa na igreja de São Benedito<br /><br />De volta da missa, de volta ao terreiro e aos trajes de algodão<br /><br />O fogão a sublimar a água em suaves vapores<br /><br />O sol a invadir a barraca trazendo crianças com roupas de domingo<br /><br /><br /><br />Na rua auto-falantes disputam espaço com modas nostálgicas do sertão<br /><br />Amores mal feitos e filhos ingratos embalam violas no bar da esquina<br /><br />O vô pita sossegado no banco de madeira do passeio<br /><br />Passantes se ajeitam no meio-fio para prosear<br /><br /><br /><br />Da esquerda e da direita surgem parentes com roupas de domingo<br /><br />Vindos da feira, da igreja e da roça<br /><br />Já se ouvem os brados dos compadres<br /><br />"Casa até o final do ano?" e outros bordões<br /><br />Criatura! Ela berra com os netos arteiros<br /><br />Sempre os mesmos, sempre sem nome<br /><br />Eu já não decoro - se ri mostrando o ouro no dente<br /><br /><br /></span><div></div><br /><div><span style="color:#99ffff;">Roça a faca, depena o papo</span></div><br /><div><span style="color:#99ffff;">Pisa as asas e corta o pescoço</span></div><br /><div><span style="color:#99ffff;">Não olha com dó, criatura</span></div><br /><div><span style="color:#99ffff;">Assim cê não deixa ele morrer</span></div><br /><br /><span style="color:#99ffff;">Mais um franguinho degolado<br /><br />Prato branco esmaltado, sangue rubro e feito gelatina<br /><br />Penas molhadas, mais fumaça no caldeirão<br /><br />Cheiro de pena queimada<br /><br />Passa na chama do fogão<br /><br />Três mulheres beliscam o franguinho<br /><br />Cata, cata! Cata as penugens!<br /><br /><br /><br />Franguinho depenado parece mais magro<br /><br /><br /><br />Abre a barriga, tira, tira<br /><br />Tira a moela, vira ela, lava ela<br /><br />Corta os pés, corta a cabeça, vai tudo pra panela<br /><br />Ela não desperdiça nada<br /><br /><br /><br />Que beleza de frango, amarelinho<br /><br />Criado na roça, só com milho<br /><br />Vale o que se paga<br /><br />Só o caldo já compensa<br /><br /><br /><br />Corta o milho, tem angu<br /><br />Mexe bem pra não grudar<br /><br />Tem pão de queijo, claro<br /><br />Pimenta, cadê a pimenta?<br /><br />Bota a caçarola no fogo<br /><br />Franguinho não pode demorar<br /><br /><br /><br />A família reunida<br /><br />O dia desabrocha em causos, risos de tantas gerações<br /><br />De tarde ela descansa o corpo deitada no banco que veio da fazenda<br /><br />De lá detrás da serra, onde tudo começou</span>Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-12877622621634748182008-11-10T12:18:00.000-08:002008-11-10T12:29:38.834-08:00A história do galinho feioO galinho feio nunca vira um espelho.<br />Ele estava acostumado a ver seus pés, que considerava muito bons e até bonitos. Suas unhas pontudas eram o seu xodó.<br />Via também a ponta de suas asas, seus ossinhos dobrando-se e as penas escondendo sua pele tão elástica.<br />Quando admirava o horizonte, costumava apegar-se à lustrosa ponta de seu bico, que ele fingia amolar no topo dos edifícios.<br />Com algum esforço enxergava as penas bravias de seu peito e, ao vê-las, se achava um galo bonito.<br />Algumas vezes passava o tempo tentando decorar a seqüência das penas em seu rabo, depois fuçava a terra e tornava a pensar que era um belo galo.<br />“Ainda serei pomposo, só preciso treinar o andar de cavalheiro. Um dia os carros pararão para que eu atravesse as avenidas”.<br />Mas aí chegou o inverno e para a reunir a vizinhança alguém teve a idéia de fazer uma sopa de galo novo.<br />_Galo velho é duro de cozinhar, vamos pegar esse feinho, deve ter um quê de galo e a carne um pouco mais tenra.<br />_Não bota ovo, não serve pra briga, que vá pra panela. Um caldinho e uma caninha, nesse frio é uma boa.<br />O galinho feio mal sabia o que o esperava quando acordou naquele dia. Tinha tido um sonho bom: era um lord, com gravata e colarinho. Mas na poça d’água em que matou a sede matutina pareceu ter visto um galinho feio, magro e irregular.<br />Passou o dia matutando.<br />Alguma coisa estava errada, devia haver um motivo para aquele sonho. Era feio? Ou era o galinho de seus sonhos?<br />Subiu o morro, pensativo e lá de cima viu a chaminé acesa. “Hoje vai acontecer um jantar dos bons. Pelo fogo aceso e o batuque deve ser um churrascão.”<br />Mas acontece que um tumulto no galinheiro denunciava a procura pelo galinho feio. O velho pai escafedeu-se, temendo a morte já tardia. Os pintinhos esparramaram-se escorregando pelos sabugos largados pelo caminho.<br />O galinho lá em cima do morro incandesceu assim que a lua subiu. Lá de baixo os bêbados gritaram: “O bichinho tá lá em cima! Bora ver quem pega o danado!”<br />O galinho ficou tão triste ao perceber que todos o queriam para comer no jantar que perdeu suas forças. Poderia estar por ali, quase como um cão, atendendo a pedidos. Experimentaria seu sapateado. Por alguns segundos nem respirou. “Terei que correr? Ou morro já de desgosto para facilitar a sopa?”<br />"Sopa não serei. No máximo digno-me a ser assassinado em fuga, resistindo a meus algozes. Assim serei célebre entre os meus, seja lá onde estiverem".<br />Num momento de elucubração o galinho perdeu seus instintos. Já não ouvia nada quando foi surpreendido por um bêbado trançando as pernas no meio do matagal.<br />O galinho então teve um delírio “posso ser eu o assassino, nada há para se respeitar mais do que um galo que abocanha o pescoço de um homem. Não tenho dentes mas tenho boas unhas, acho que posso fazer um estrago”.<br />No susto do escuro matagal, o bêbado pisou no galo, que instintivamente lhe agarrou um olho. Com o bico empapado de sangue e as asas grudentas, o galinho feio deitou-se, chorou e dormiu. Sonhou com uma fazenda de milho, onde o chamavam de Totó. O bêbado foi-se, gritando que encontrara um gavião.<br />Na manhã seguinte o galinho abriu os olhos. Olhando o ceú cinza, pela primeira vez cantou como um galo e, com os olhos firmes no horizonte, pensou: “Vou hoje mesmo embora desta capital, isto está ficando sem sentido.”Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-80564652237703698762008-10-27T13:01:00.000-07:002008-10-27T13:06:32.341-07:00Soneto do Avessoo Avesso sobe e desce a ladeira<br />trinta vezes tropeça e não cai<br />apalpa o chão<br />engrossa o caldo com paciência<br />derrama o sol na peneira<br />extrai um gole de demência<br />com um tapa na nuca: _ vai! <br /><br />enxuga, explode e pica a mula <br />engole e rala a dor barata<br />mistura, sacode e desidrata<br />fere à água morna, desinfeta<br />respira o pó, nele confia<br /><br />não chora mais, nem esperneia<br />gargalha a garrafa vazia<br />entope a vida e devaneia<br />à rapadura, seu troféu<br />enquanto dura, adoça o céu<br />mastiga cão, vomita melCláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-41509011753598075912008-07-26T18:58:00.000-07:002008-07-26T18:59:34.995-07:00Sabe, pirei<p class="MsoNormal">Imagina que tudo mudou.</p> <p class="MsoNormal">Que uma nova pessoa vai nascer, uma nova pessoa que você ama.</p> <p class="MsoNormal">Não alguém que você vai conhecer e passar a amar.</p> <p class="MsoNormal">Alguém que você ama antes de existir e depois, então, nem se fala.</p> <p class="MsoNormal">Nesse momento todas as cores ficam vibrantes e a gente começa a preparar a festa dentro de nós.</p> <p class="MsoNormal">Começa a decorar um novo ser, que celebre a chegada do querido.</p> <p class="MsoNormal">É hora, sim, de celebrar, de colocar mais um lugar na mesa, de se congratular por uma conquista, uma nova presença, vitalícia...</p> <p class="MsoNormal">A vida se multiplica em sonhos e possibilidades, e o amor vai preenchendo os caminhos de sua missão.</p>Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-26070735700740588892008-07-25T16:36:00.000-07:002008-07-25T16:43:22.930-07:00AbismoEquilíbrio na mesa<br />Equilíbrio nas contas<br />Muita paciência e terapias holísticas para completar.<br /><br />Equilíbrio nos relacionamentos<br />Equilíbrio nas drogas e desejos.<br />Bom senso é palavra de ordem...<br /><br />Equilíbrio no trânsito, na multidão e na hora do Jornal Nacional<br />Em cima do salto<br />Seguindo a linha<br />Equilíbrio na ponte...<br /><br />... Acho que vou me jogar.Mariana Esteveshttp://www.blogger.com/profile/16502694645165984377noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-89793807931998922772008-07-18T19:27:00.000-07:002008-07-21T19:16:53.035-07:00Atropelos- UÓUÓUÓUÓ!<br /><br />- SILÊNCIO!, gritam seus passos debaixo do viaduto.<br /><br />- Vruuuuuuuuuuum!, rebate motor após motor, numa arrancada ad infinitum.<br /><br />- SÓ UM POUCO DE SILÊNCIO, PORRA!, insiste um pé ao empurrar o outro, cada vez mais histéricos, atropelando-se, descompassados da melodia urbana.<br /><br />- ATCHIMMMMMMMMM!!!!, ignora o corpo, no ritmo da metrópole. - COF, COF, COF, continua, dançando ébrio com o ruído.<br /><br /><br />Faixa de pedestres.<br /><br /><br />- BÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ!<br /><br /><br />- KTAPKCLRXTZ!!!!!!!!!!!!!<br /><br /><br />(Silêncio).Adrianahttp://www.blogger.com/profile/06649966597010144331noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-47508165659679062092008-07-10T18:58:00.000-07:002008-07-10T19:00:38.960-07:00Que tal um tema livre?Parece bom. <p class="MsoNormal">Comprei um sobretudo. Lindo. O meu primeiro. Gastei mais do que podia, mas vá, eu nunca compro exatamente o que quero. Desta vez acho que foi.</p> <p class="MsoNormal">Será que esses são os chamados pequenos prazeres? Eles são marcantes pra mim. Até porque eu não os tenho sempre. Tive alguns, como aquela bota que todo mundo elogiava. Ela não era chique, longe disso, era de uma loja do calçadão de Bauru. Mas de certa forma ela era muito boa mesmo, muito. Era a minha cara. Por isso que eu paguei uma grana alta por ela. Digo, alta para o calçadão.</p> <p class="MsoNormal">Desta vez comprei o sobretudo na 24 de Maio, no centro da cidade. Foi paixão à primeira vista. Romântico. Uma roupa que traduz meu conceito de roupa: clássica, feminina e ligeiramente desagradável às lentes da normalidade. </p> <p class="MsoNormal">Fico me imaginando naqueles ateliês de Paris... Eu adoraria experimentar aquelas roupas que precisam de um corpo bem magro, mas que consertam qualquer gordinha com sua delicadeza de moldes. Peito, cintura e uma barra esvoaçante. Todo mundo fica bonito assim, não? Acho que esse meu gosto é parecido com o que tenho por pimenta. Há algo mais perfeito?</p> <p class="MsoNormal">A pimenta bem combinada é o bálsamo da alma.<br /></p><p class="MsoNormal">É praticamente a vida toda numa colherada.</p>Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-65738567493341612252008-07-03T17:22:00.000-07:002008-07-03T17:23:37.852-07:00Nesta data queridaEsse é um dia especialmente detestável, no qual a felicidade ou a tristeza não fará diferença. Talvez a sua ausência seja a solução, pois pequena carga de sentimento torna o ar pesado, o relógio mais lento, a respiração barulhenta e a televisão tediosa.<o:p></o:p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Não me lembro de um aniversário feliz. Confesso que tento resgatar a lembrança da festa perfeita, mas por não haver coisas perfeitas, a lembrança sempre vem acompanhada de algum incidente ou de tédio. Não, lembro de um ou outro, mas faz muito tempo, que só restou um flash na memória que insiste em se esconder atrás de vergonhas insignificantes. Enfim, a aproximação foi rápida e finalmente aqui estou. Ontem foi um bom dia, mas hoje existe a obrigação de um dia feliz... mais um ano, nem motivos para bebemorar.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">-<span style=""> </span>Meu Deus! Hoje eu estou terrível! Mais pessimista do que nunca!<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nem foi preciso sair da cama, para tomar conhecimento do que me esperava. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Mas uma gata negra linda se aproxima, sem ao menos suspeitar, que de acordo com as normas sociais humanas, ela devia chegar gritando <i style="">Parabéns!</i>, me cobrir de beijos e dizer que já estou ficando mais velha.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Graças a grande evolução de outras espécies animais e à sua sensibilidade natural, é ela quem vem anunciar que um novo dia chegou, com sua calma e ronronar característicos de sempre. É bom saber, que apesar de nada, as melhores coisas continuam em seus devidos lugares, eu, minha cama e o ronronar.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">-<span style=""> </span>Bom Dia!</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Na selva de pedra, as paredes já se acostumaram a responder aos seus inquilinos solitários.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Quatro ligações perdidas, celular no modo vibratório.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">-<span style=""> </span>Oi mãe.... Valeu... Eu sei... Mais tarde eu vou pra aí....Não, não quero festa... Ta bom, mas só um bolinho... Só a gente então... Não quero fazer festa!</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Detesto social. Ainda mais com um monte de parente que só querem saber o que você anda aprontando, quando vai se casar e trazer mais uma criança pra família.</p>Mariana Esteveshttp://www.blogger.com/profile/16502694645165984377noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-80680241635891913702008-06-23T22:04:00.000-07:002008-06-25T13:41:16.428-07:00Pelo azulão (Imirim-Pinheiros)<p class="MsoNormal">Eu tenho mãos com unhas vermelhas e os pés enfiados em havaianas pretas. Lá fora deve fazer uns 11 graus. O céu está alaranjado como em tantas noites. Na TV risadas que há pouco me entretiam.</p><p class="MsoNormal"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Frio.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">É como se trava uma conversa no ponto de ônibus. </p><p class="MsoNormal">_ Eu que o diga, quando saí de casa tava era congelando. Essa chuvinha mata. Você sabe se aqui passa algum que passa na Nove de Julho? - diz a mulher que cerca por todos os lados um menino com curativo sobre o olho esquerdo.</p><p class="MsoNormal">Aqui não. Pra ir até a Nove de Julho tem quer ser a pé. Mas dá pra pegar um que passa ali na Rui Barbosa, aí é só descer e pegar aquela escadinha. Uma escada que tem ali, sabe? Ou então ir a pé aqui pela Praça Roosevelt.</p><p class="MsoNormal">_ Mas não passa nem ali no terminal?</p><p class="MsoNormal">Não. Pior que não. É assim como eu disse pra senhora.</p><p class="MsoNormal">Antes das dez e já de volta da consulta na Santa Casa, a mulher pragueja:</p><p class="MsoNormal">_ E com um frio desses... Você vê. Esse menino vai acabar ficando com gripe, além de tudo. Mas vou esperar, você me fala quando vier esse que vai mais perto?</p><p class="MsoNormal">A hora que passar vou pegar também.</p><p class="MsoNormal">_ Tá jóia, minha filha.</p><p class="MsoNormal">Uma outra mulher se aproxima e pergunta sobre o laranja que vai para a Raposo.</p><p class="MsoNormal">Já vem vindo. Esse passa bastante - digo.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">No todo dia de cada dia, há uns momentos de enjôo e outros de quase mergulho nas realidades que se aproximam involuntariamente. Chego a vislumbrar o retrato da casa que a passageira descreve, enquanto a compara à do seu trabalho.</p><p class="MsoNormal">_ Meu patrão é muito organizado, mas aquela menina me tira do sério.</p><p class="MsoNormal">_ Você devia se aposentar.</p><p class="MsoNormal">_ Eu não, imagina. Eu preciso viajar muito ainda, menina - fala para a amiga com quem divide o assento.</p><p class="MsoNormal">_ Ele me paga mais do que na carteira, sabe? Eu agora vou pra Bahia ver minha família e já paguei tudo. Inclusive minha cachorra, que eu queria levar também, não ia poder ir, mas eu já dei um jeito. Sabe quanto que queriam na empresa que aceita levar animais? 300 reais. Aí não teve jeito. Tive que contratar uma moça que é minha vizinha, pra ficar lá em casa enquanto eu tô fora. Eu vou pagar 200 pra ela, mas pelo menos a Xuxa não vai sofrer. Acho um absurdo o jeito que eles levam os coitadinhos. Você acredita que a outra filha do patrão, aquela que casou e foi morar no Canadá, pra mandar o gato de avião gastou mais que a passagem dela e ainda o bicho ficou traumatizado? E agora tá gastando uma nota em tratamento.</p><p class="MsoNormal">_ Mas a sua cachorra já conhece a tal moça?</p><p class="MsoNormal">_ Ah, ela foi lá em casa umas três vezes, já. Pra Xuxa ir se acostumando.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Opa, quando essas duas descem é porque tá chegando.</p><p class="MsoNormal">Já fico esperta.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">A grandona tropeça e quase cai. O ônibus freia.</p><p class="MsoNormal">_ Tudo bem aí? – grita o cobrador.</p><p class="MsoNormal">_ Tudo bem, brigada!</p><p class="MsoNormal">_ Você e essas plataformas - diz a senhora baixinha. Eu não tenho força pra te segurar, não. Toma cuidado, minha filha! Isso ainda te quebra uma perna!</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Já é quase o Pão de Açúcar e dá tempo de tomar um café. Oito minutos. </p><p class="MsoNormal">A moça que desce comigo no ponto seguinte está adiantada e desce também no Pão. Não acompanho seu rumo, vou direto até a prateleira de Todinhos quente.</p><p class="MsoNormal">Passo rapidamente pelas frutas e admiro-as. Olho de soslaio para as tortas na geladeira... Se tivesse um microondas no escritório levava uma daquelas de frango com azeitonas.</p><p class="MsoNormal">Rapidamente confiro os preços dos utensílios de cozinha e vou num pé só à cafeteria. </p><p class="MsoNormal">Um real de pão de queijo e um Todinho/Nescau/Genérico da casa/O que estiver mais barato.</p><p class="MsoNormal">Enquanto espero olho para os três minutos que me restam e começo a ficar certa de que mais uma vez chegarei mais de três minutos atrasada.</p><p class="MsoNormal">É uma média boa. E não adianta pirar. Amanhã vai ser tudo outra vez.</p><p class="MsoNormal">Saio pelo caminho mais curto, chupando leite com chocolate e tentando não pensar naquilo que vou fazer durante o dia inteiro. Fico sonhando que são sete da noite e preciso de planos para o meu tempo livre.</p>Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-30457459510122460992008-06-23T16:11:00.001-07:002008-06-23T16:15:01.897-07:00Uma pílula para um dia frio<p class="MsoNormal">Prefiro os dias de sol, quando a claridade me desperta, com a luz atravessando a cortina e o amanhecer me chamando a contemplar o céu. </p> <p class="MsoNormal">Me levanto, pés descalços, abro a janela e me espreguiço. Após um banho com água morna desperto completamente para aproveitar o que há de bom lá fora.</p> <p class="MsoNormal">Otimismo combina com manhãs de sol, sem nuvens e um pouco de brisa.</p> <p class="MsoNormal">O bom dia e o beijo da pessoa que se ama, a previsão do tempo na televisão, uma caminhada, o café da manhã na padaria e o cachorro do vizinho latindo, compõem o cenário.</p> <p class="MsoNormal">Para o quadro ser perfeito, só falta a moldura ser o domingo com feriado na segunda-feira.</p>Mariana Esteveshttp://www.blogger.com/profile/16502694645165984377noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300459859892548121.post-43449849980271390342008-06-20T13:49:00.000-07:002008-06-20T13:56:26.482-07:00Sexta<span style="color:#9999ff;">Dia de dar adeus a quase tudo, ao menos por enquanto.<br />Dia de pegar o rumo de casa feliz, pensando que a noite não tem hora pra acabar - mesmo sabendo que a canseira da semana inteira não vai te deixar de pé por muito tempo.<br />Pela janela vejo os mesmos prédios, mas na sexta eles parecem até frondosos. A essa hora o sol já tem um semblante diferente. Parece estar de chinelos, passeando pela calçada com o jornal embaixo do braço, procurando um parceiro pra jogar conversa fora antes de ir embora de vez.<br />Já eu, vou pra casa saltitante, flutuando entre as buzinas. Hoje é sexta-feira, gente, sorria.</span>Cláudiahttp://www.blogger.com/profile/16907318005075557509noreply@blogger.com0